Dia da Mulher
As quintas-feiras, dia da semana que lembramos do passado e repostamos fotos antigas, o famoso TBT; mas além do TBT, é também dia de faxina na minha casa e para não atrapalhar o ofício da minha fiel escudeira, sujando a cozinha para fazer almoço, eu vou comer fora e trago um marmitex para ela e, como de costume, teve salada de macarrão com patê de alho no almoço, que eu simplesmente amo.
Mas não é sobre o almoço que vou escrever, mas sobre uma senhora, com idade entre 65 a 70 anos, de calça jeans, cabelos curtos e brancos, almoçando sozinha e tomando uma garrafa de cerveja Heineken sossegadamente.
Olhei discretamente a cena. Em vez de julgar, queria dizer muito obrigada, mas pensei que ela iria achar muito estranho uma desconhecida lhe agradecer por ela estar almoçando sozinha e tomando uma cerveja em plena quinta-feira na hora do almoço.
O meu agradecimento seria sincero, mas como fiquei receosa de ser mal interpretada e a vanguardista senhora achar que meu agradecimento seria uma ironia, achei melhor a agradecer em forma de texto.
Agradecer sim, pois se eu estava ali comendo minha salada de macarrão com patê de alho e tomando minha coca zero sozinha como se fosse algo normal, eu devia muito àquela senhora que quebrou paradigmas de uma época para que isso acontecesse.
Fiquei imaginando quantas vezes deve ter sido chamada de louca. Sim, louca. Pois quando fazemos algo que, mesmo não prejudicando ninguém, é diferente dos costumes, nós mulheres, somos chamadas de loucas.
E não só os homens nos chamam assim, muitas mulheres também julgam outras mulheres, como se nunca fossem passar por aquilo.
E se formos analisar racionalmente as atitudes de homens e mulheres iremos perceber o tamanho do nosso controle emocional e, assim podermos concluir quem é o maluco da história.
Quando um homem “dá em cima” de uma mulher comprometida, o homem que está com a mulher parte para a agressão física ou verbal. Agora, imagina se uma mulher for dar um simples puxão de cabelo em outra que está dando em cima do seu companheiro. Nem preciso dizer que será chamada de louca.
Talvez seja por isso que os homens respeitem mais as namoradas dos amigos, que as mulheres os namorados das amigas.
Quando uma moça dá em cima do nosso namorado, a única coisa que podemos fazer é brigar com o nosso namorado para ele não cair em tentação e com isso prejudicamos nosso relacionamento, pois além de ter alguém interessada no nosso homem, ainda temos que fazer o papel da chata e brigar com ele, em vez de dar uns bons tapas na safada que não respeita o homem alheio.
E a coisa não para aí. Se um homem for descarado a ponto de mexer com uma mulher comprometida, para não apanhar do companheiro dela, joga a culpa na, muitas vezes, coitada, alegando ser ela que estava “dando mole” para ele. E nesse caso somos as loucas e safadas, mesmo não tendo feito nada.
Mas não é só em relacionamento que temos que manter o controle e a postura, se entrar um meliante em nossa casa e nos defendermos, seremos loucas também. Temos que ter equilíbrio diante do perigo, não gritar, não bater no bandido, nem tacar algo que possa o machucar, pois caso contrário seremos chamadas de loucas.
Então quando penso naquela senhora tomando sua cerveja feliz e tranquila, penso que valeu todas as vezes que ela deve ter sido chamada de louca, não só pra ela, mas para todas as gerações futuras, pois aquela simples atitude fez de nós, mulheres, um pouco mais livres e, fico imaginando se terão mais mulheres que irão quebrar outros paradigmas, começando por defender seus homens de outras mulheres, como eles nos protegem de outros homens, ou seja, no tapa, assim teríamos mais respeito e muitas das safadas iriam pensar duas vezes antes de mexer com o homem alheio.
Feliz Nosso Dia Mulherada!!!
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