A AMANTE QUE SE TORNOU ESPOSA: UMA ESTÓRIA ENTRE TANTAS OUTRAS
Uma vida normal: se conheceram, casaram na juventude, tiveram filhos, começaram os netos. Ele trabalhando, ela cuidando da casa. Ele de terno, ela de abrigo, chinelo com meias, cabelo meio curto e com a tintura por fazer. Ele com as novidades da rua, do trabalho; ela com os mesmos problemas. E assim a vida cai na rotina. Ela acomodada, ele inconformado.
Ele no mundo externo do trabalho sempre vê outras mulheres, como se cuidam e como são interessantes. O mundo delas não gira apenas nos problemas familiares. São super mulheres: bonitas, bem sucedidas, simpáticas, elegantes e o principal: sexys.
Ele volta pra casa. Evita até conversar com a esposa para não ouvir pela milésima vez os mesmos problemas. Assiste o jornal, depois faz companhia na hora da novela, vê o jogo e vai dormir.
A vida perde a graça!
No dia seguinte ela está lá: a mulher maravilha em cima de um salto ou suada da corrida matinal. Ele puxa assunto. No início leva um grande gelo e, por desespero ou tática, começa o desabafo da sua vida insípida.
A mulher maravilha escuta, por dó, por educação ou simplesmente por ser mulher. No dia seguinte, ele retorna o assunto, mas dessa vez, em vez de desabafar os problemas ele conta dos planos que fez para a vida de casado, os quais a esposa trocou por um aspirador de pó ou um sofá novo.
Todas as viagens que ele apenas queria a companhia da esposa e ela se entediada pois eram viagens de negócio e ela iria ficar horas sozinha no hotel. Ela nunca entendeu que ele precisava do apoio dela antes da reunião, nem que esse apoio fosse apenas arrumar o nó da gravata que estava torto.
E dia a dia ele vai contando o porquê seu casamento não é o que ele sonhou e isso gera uma empatia na mulher maravilha, por estar sendo cativada ou mesmo por interesse e com isso inicia-se o romance proibido.
A esposa quando percebe a traição, em vez de assumir sua cota de culpa, joga ainda mais pesado com o marido. Enquanto a doce amante o entende, afinal as horas de desabafo serviram para isso.
A primeira viagem juntos, ele vai a negócio. Ela vai de companhia. As horas que ele passa trabalhando, ela se diverte sozinha, pois não é dependente como a esposa.
Não abandona seu trabalho, não quer ficar à mercê de um homem que abandonou uma mulher que era dependente e isso faz com que ele a olhe com mais admiração.
Por ter emprego, sabe o que está usando na moda e sempre é a mais elegante, nunca uma árvore de Natal ambulante. Enquanto a esposa ainda cai na conversa de balconista que para ter sua comissão aumentada empurrar a fantasia do carnaval passado dizendo que está na última moda. E, pra quem acha que homem não entende de moda, ledo engano: quando estamos bem eles fingem não prestar atenção, mas quando estamos fora eles perguntam no automático: "onde você vai assim?".
As mulheres maravilhas, além de trabalharem, também fazem academia, tratam do corpo, estão sempre com o cabelo em ordem e, como têm pouco tempo para perder em cabeleireiros, aprendem a "quebrar um galho" em casa mesmo, afinal ela tem que estar sempre pronta quando ele resolver sair para jantar em plena quarta-feira. Diferente da esposa que tem horário fixo na manicure, que geralmente é na sexta, bem naquele dia da semana que ele sai mais cedo do serviço e ela nunca está em casa.
A amante quando vira esposa, procura agradar a família dele, pois quanto menos inimigos, melhor. Procura ser a melhor anfitriã do mundo quando recebe os amigos dele e, em vez de se matar arrumando a casa ou cozinhando, ela contrata o que a cidade pode oferecer de melhor, sem estresse. E na hora da recepção ela está descansada, bonita e ele feliz, orgulhoso de ter casado com uma mulher tão espetacular, nem se importando quanto vai ficar aquele jantar, mas tendo a certeza que será perfeito. Como tudo que ela faz, bem diferente da ex esposa que sempre reclamava e queria parecer Amélia.
Talvez muitos se encaixem nessa estória, mas é apenas uma entre tantas outras.
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